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Parte da carne que chega às mesas
teofilotonenses ameaça a saúde e fere a lei
ROBERTO MARCOS - VOX
Sexta-feira, 11/06/2021, às 19h35min - Do articulista
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A segurança alimentar e nutricional consiste no direito regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. A este direito estão associadas práticas alimentares promotoras de saúde. Assim é que deveria ser também em Teófilo Otoni. Mas a situação, todavia, é bem outra.

Apesar das denúncias quanta à obrigatoriedade de se abaterem animais suínos e bovinos em Governador Valadares, os abatedouros clandestinos continuam funcionando a todo vapor em Teófilo Otoni e ao alcance de "quem quer ver". Certamente do abate dos animais em estabelecimentos não sujeitos a qualquer tipo de fiscalização, os denominados “frigomatos”, é a origem de boa parte do produto distribuído em quase todos os açougues da cidade. O especialista no comércio de carnes em Teófilo Otoni, E.J.P, de 51 anos, morador da Turma 37, com que o VOX conversou, arrisca dizer que não menos do que 60% de todo o volume que chega às  mesas dos nossos consumidores é produto não-recomendável. "Faz mal à saúde e fere a lei", advertiu.

Em tais estabelecimentos (facilmente identificáveis com esforço nem tão grande das autoridades), animais em todas as condições, em parte das vezes até doentes, são comercializados depois de submetidos a um ritual comparado aos mais terríveis massacres. Sabe-se de animais abatidos sem as mínimas condições de higiene; muitas vezes, embaixo de árvores ou em galpões improvisados, com piso de terra batida ou com arremedo de pavimentação. O cenário reúne, inclusive, pessoas sem qualquer preparo para a tarefa (e até crianças) e rodeadas por cães e outros animais a espera de restos que são deixados ali mesmo. "Há casos de matadores que compram animais já encontrados mortos, dos quais aproveitam as partes menos estragadas para, por exemplo, o fabrico de linguiça", sustentou E.J.P. As denúncias são recorrentes e contam de um quadro dantesco no aguardo do consumidor que irá adquirir a “carne fresquinha” sem o menor conhecimento dos riscos (e não são poucos) a que podem estar submetidos.

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A população teofilotonense, sem qualquer recurso para identificar a origem da carne que está consumindo, leva para casa o fruto desse disparate. Vale lembrar que a Lei 11.346, de 15 de setembro de 2006, que criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar, define no artigo segundo que, a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à sua dignidade e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população. Todavia, os atores sociais responsáveis por essa promoção e outros, a quem cabe a fiscalização propriamente dita, não funcionam.
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